Orquestra Típica Portuguesa

Fundada em 1928 por Raúl de Campos, inicialmente com o estatuto de "Orquestra Ligeira" e "Orquestra de Dança", destacou-se por ser uma das mais fiéis intérpretes da Música Portuguesa, no âmbito da música regional e da música "charleston" produzida na época. Foi integrada nos quadros da Emissora Nacional em 1934, sendo entregue a sua direcção a Alberto Fernandes e ao maestro e compositor Frederico de Freitas, com o nome de "Orquestra Portuguesa", sendo responsável pelos "Concertos Populares ao Ar Livre", que alcançaram muito sucesso na época. Foi extinta temporariamente em 1938, devido a complicações economico-financeiras. Viria a ser o modelo de fundação de orquestras semelhantes em todo o País, como a Orquestra Típica de Acordeão Algarvia, a Orquestra de João Nobre, a Orquestra Típica Ribatejana ou a Orquestra Típica de Alcobaça. Refundada em 1942, a Orquestra Típica foi entregue às mãos do maestro e compositor leiriense José Belo Marques, que lhe imprimiu um cunho de qualidade e excelência sem precedentes, sendo a mesma recrutada para programas radiofónicos em nome próprio, ou para os célebres "Serões para Trabalhadores" e "Serões para Soldados". Durante a sua actividade bem franca, até ao ano da sua extinção, em 1958, alcançou uma popularidade e uma reputação surpreendentes. Providenciou vários espectáculos de grande sucesso, e importantes gravações fonográficas, tanto em nome próprio como em outras identificações, exemplificando "Orquestra Típica da Ibéria", "Orquestra Típica dir. por Belo Marques", "Orquestra Típica Estoril O.T.P." ou "Orquestra Típica de Belo Marques". Foi responsável pela 1ª patente fonográfica de grandes sucessos da Música Portuguesa, entre eles "Adeus Mouraria" de Artur Ribeiro, "Ai Se os Meus Olhos Falassem" por Tristão da Silva, "Alcobaça" por Maria de Lourdes Resende, "Descamisada" por Maria Antonieta ou "Gaiata Morena" por Manuel Fernandes. Os seus maiores sucessos instrumentais foram "Tavira" de Luciano de Campos, "Correio do Algarve" de José Mourato, a "Rapsódia Portuguesa" de Manuel de Figueiredo, o "Fandango da Suite Alentejana" de Luiz de Freitas Branco, a "Suite Portuguesa Nº 1" de Ruy Coelho, "Corridinho 1951" de João Gomes Figueiredo, ou "Estoi" de Luís Romero.