As 3 Marias
Настоящее имя: As 3 Marias
Об исполнителе:
Se, no início e nos anos que imediatamente se seguiram, a matriz sonora do grupo portuense As 3 Marias era vincadamente acústica e com um mapa (quase) perfeitamente desenhado por uma linha recta que partia do Porto (e do seu fado peculiar) e terminava, ligeiramente bifurcada no final, em Buenos Aires e Montevideu (os berços-gémeos do tango), a verdade é que também desde o início que o grupo formado por Cristina Bacelar (voz, guitarra, letras e composição), Fátima Santos (acordeão) e Ianina Khmelik (violino) sempre mostrou vontade em deixar bem claro – como boas três Marias que são e apesar de nenhuma delas ter Teresa Horta, Isabel Barreno ou Velho da Costa no nome – que não havia cá espartilhos para ninguém, apesar dos confortáveis “soutiens” dos já referidos fado e tango – e, pontualmente, de flamenco e de bossa-nova, de boleros, jazzes e morninhas. Logo no álbum de estreia, “Quase a Primeira Vez” (2009), As 3 Marias tinham uma versão do “Video Maria”, dos GNR, e um dueto com Sérgio Castro, dos Trabalhadores do Comércio, no “Tango do Vilão Rufia”. E no segundo, “Bipolar” (2013), atiraram-nos logo para cima com uma “Maryjoana” fumegante, pop e algo kitsch (participação especial de Alberto Almeida, dos Cabaret Fortuna) e, depois, na reedição com uma versão de “No Teu Poema”, um dueto com Simone de Oliveira em que o amor do grupo pela “época de ouro da canção ligeira portuguesa” ficava bem patente. Agora, em “Depois”, esse universo mantém-se mas com uma roupagem que já não é somente, ou predominantemente, acústica mas obviamente mais pop e electrónica. Foram buscar Nuno Gonçalves (The Gift), para fazer com elas o que o enorme Brian Eno fez com a banda de Alcobaça no seu novo álbum: magia. E, qual Merlin num mundo de Morganas, Morgauses e Guinevéres (sejam elas boas ou más ou tudo misturado…), os seus pozinhos de perlimpimpim estão presentes em todo o álbum. Na gravação do disco, o produtor Nuno Gonçalves e, muitas vezes, a violinista Ianina acrescentaram pianos e outros teclados, Mário Barreiros a bateria e um enorme grupo de gente ofereceu quase sempre um coro opulento (aqui vindo mais do lado de Phil Spector do que de Brian Eno, o que também é bom) às canções. (...) António Pires, Jornalista